Me sentei para poder enxergar. Mas enxergar de verdade, ver tudo que havia conquistado, todo caminho percorrido, pedreira quebrada, elefantes abatidos. Fiquei sentado por horas, chorei e ri do passado, cantei velhas canções, senti cheiros e gostos perdidos. Amarelei fotografias de tanto abraçá-as, limpei velhos troféis e queimei todos os boletins. O senhor orgulho se sentou a o meu lado, mas não deixei espaço pra dona vaidade, não nos damos muito bem. Mas me senti bem e sinto que isso me fará seguir em frente, uma bagagem que me dará força. Coloquei tudo bem dobrado na mochila, o arco-íris em sanfona e todos os parangolés a mais bem guardados. Joguei nas costas e me levantei pro novo.
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